A expansão da faixa FM pelos canais 5 e 6 de televisão

Fonte: Assessoria de Comunicação da Abert

A expansão da faixa FM pelos canais 5 e 6 de televisão, com o objetivo de aumentar a disponibilidade de canais de rádio, é tecnicamente viável. Esta é a principal conclusão do estudo A extensão da Faixa de FM (eFM) e a migração da faixa de OM: o quê fazer com os canais 5 e 6 da televisão na era digital, produzido por engenheiros da Superintendência de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A pesquisa foi apresentada nesta quarta-feira (1), em Brasília, para radiodifusores e representantes da Abert.
O estudo propõe que as rádios AM migrem para um canal adjacente na faixa de FM. A justificativa são as crescentes dificuldades enfrentadas pelas emissoras que operam em Onda Média, como o aumento do ruído urbano.  “Muitos radiodifusores alegam que o rádio AM não terá excelente recepção como as FM quando o rádio for digitalizado”, explica o diretor de Tecnologia da Abert, Ronald Barbosa. Além disso, a expansão no espectro FM seria um caminho para digitalizar o rádio. “Aqueles que queiram digitalizar seu sinal AM poderão fazê-lo a qualquer tempo”, explica Barbosa.
De acordo com a proposta, a migração das rádios AM para a faixa FM seria voluntária. “A idéia é utilizar os canais 5 e 6 de televisão que são adjacentes à faixa FM”, explicou Thiago Aguiar Soares, engenheiro da Anatel e um dos autores do estudo. “Utilizamos os mesmos critérios técnicos usados para as faixas FM e conseguimos um plano viável, considerando distâncias mínimas”, explicou.
O estudo considerou as rádios de Santa Catarina. Mas, de acordo com os engenheiros da Anatel, o projeto piloto pode ser implementado em todos os estados brasileiros.
A extensão da faixa FM será possível com a desocupação de canais de TV. De acordo com o Decreto 5.820, até 2016 os canais com transmissão analógica serão desocupados com a transição do sinal analógico para o digital.
Proposta – A proposta de utilizar os canais 5 e 6 de TV para aumentar a disponibilidade de canais FM não  é uma novidade. Alguns países como Estados Unidos e México já implementam projetos semelhantes. 
De acordo com Hilton Alexandre da Silva, presidente da Aerj (Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado do Rio de Janeiro), a proposta é uma solução para a digitalização do rádio. Além disso, é uma alternativa para desafogar o espectro, que está congestionado nos grandes centros urbanos.  A transmissão na faixa estendida deve ser toda digital, defende Silva. “Precisamos garantir que o rádio AM chegue com qualidade aos ouvintes e a solução é a transição para o rádio digital”, diz. Ele afirma que, assim como ocorre na TV, as rádios devem funcionar simultaneamente nas duas freqüências durante o período de transição.
No total, 95% das emissoras de rádio AM têm potência de até 10 kHz. “São emissoras pequenas e locais que sofrem com problemas como as rádios piratas. Seria um sopro para o rádio”, acredita.

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